Feira de Orgânicos

A Rede Ecovida de Agroecologia reúne mais de 5.000 agricultores e agricultoras da região sul do Brasil e teve sua Fundação no ano de 1998. O Núcleo Litoral Catarinense é um dos 34 núcleos da Rede com aproximadamente 103 famílias, dentre elas, agricultoras, processadoras, co-produtoras distribuídas em 24 municípios de Santa Catarina. Composto por 12 grupos com 88 unidades produtivas e 14 agroindústrias. O Núcleo abrange a área que vai desde o litoral sul do estado (Garopaba) até o início do litoral norte (Barra Velha), além da região da Grande Florianópolis e encostas da Serra Geral. Além da variedade de microclimas e paisagens, o Núcleo Litoral Catarinense caracteriza-se pela diversidade das famílias que o compõe e também das estratégias de comercialização desenvolvidas por elas, bem como pela autonomia construída no passar dos anos sobre o funcionamento do Sistema Participativo de Garantia (SPG) contemplando o processo da Certificação Participativa, realizado em todas as etapas exclusivamente por agricultores/as.

Dentre os 12 grupos que compõem o Núcleo está o Flor do Fruto, composto por 10 famílias, sendo 9 famílias do interior do município de Biguaçú, e 1 família de Santo Amaro da Imperatriz. O Flor do Fruto foi criado em 2011 por 4 famílias, com o objetivo principal de certificar a banana nativa da região, cultivada em agroflorestal e conhecida como “banana do mato”. A partir de 2013 o grupo começou a buscar formas de comercialização direta com os consumidores, como: as células de consumidores responsáveis, feiras orgânicas e políticas públicas de compras institucionais.

Células de Consumidores/as Responsáveis  – CCRs

As Células de Consumidores/as Responsáveis (CCRs) surgem no Núcleo Litoral Catarinense em 2016 a partir de um projeto de extensão do Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar da Universidade Federal de Santa Catarina (LACAF/UFSC). Têm como princípio básico construir uma relação próxima entre agricultores/as  e consumidores/as, onde estes últimos assumem responsabilidades durante esse processo de comercialização. Nesse projeto, as CCRs buscam articular grupos de agricultores vinculados à Rede Ecovida de Agroecologia e grupos de consumidores que optam por consumir orgânicos, promovendo relações de proximidade e cooperação através da venda direta de alimentos.  

  Através do fornecimento de cestas de alimentos produzidos por um grupo de agricultores/as, comercializadas a um preço fixo semanal, as CCRs constroem um outro formato de venda direta, aproximando agricultores/as e consumidores/as com o objetivo de  “promover o acesso à mercados alternativos a preços justos, suprindo, desta forma, a crescente demanda por alimentos orgânicos certificados a preços acessíveis às mais diversas camadas socioeconômicas.”. A iniciativa constitui um projeto piloto de uma tecnologia social de venda direta que poderia ser reaplicada em outros contextos.

A importância das Feiras Agroecológicas e do Programa Nacional de Alimentação Escolar para o Núcleo Litoral Catarinense

O desenvolvimento de arranjos alternativos e inovadores de venda direta não diminuem a importância de tradicionais mercados da agricultura familiar no âmbito do Núcleo Litoral Catarinense, como as feiras agroecológicas e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que são desenvolvidos conjuntamente pelos grupos.  

Exemplo é o grupo Flor do Fruto e Grupo Raízas, que reune famílias de Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz e Antônio Carlos e, além de abastecer as Células de Consumo Responsáveis, também fornece para a alimentação escolar de Biguaçu, Antônio Carlos e Governador Celso Ramos, e realiza feiras. As duas feiras que o Flor do Fruto realiza são em Florianópolis: uma às sextas, no Centro de Ciências Agrárias da UFSC, através do projeto de extensão FEIRA ORGÂNICA CCA; outra no centro da cidade, aos sábados, fruto de uma ação da Prefeitura de Florianópolis denominada “Cultiva Floripa”.

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